Total de visualizações de página
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
PROPOSTA DE DISSERTAÇÃO. ISABELA C.
Escreva uma dissertação em que você discuta se é possível, em fase das atuais crises do capitalismo, que se executem mudanças drásticas no sistema econômico, político e social. Em outras palavras: uma revolução seria possível? Como seria ela?
Apoie-se na leitura dos textos.
Zizek: Escrevi num outro livro algo que me deu muitos problemas: eu disse, “o problema de Hitler é que ele não foi violento o bastante”. E as pessoas ficaram “aaai, você queria que ele tivesse matado todos os judeus?!” Não! Ele não foi violento o bastante nesse sentido autêntico, revolucionário, em que a violência significa a transformação das relações sociais, e não tortura ou assassinato. Hitler matou milhões de judeus em nome da manutenção do sistema. O que estou dizendo é que não quero dar a Hitler sequer esse crédito, na linha “ele foi um criminoso, mas era um líder corajoso”. Não, ele não era. Nesse sentido, Mahatma Gandhi foi mais violento do que Hitler. Gandhi é sem dúvida um modelo de paz, mas nesse sentido básico ele foi violento, organizou protestos de massa com o objetivo de impedir o funcionamento do Estado colonial inglês na Índia. Isso é algo que Hitler nunca ousou fazer.Entrevista de Slavoj Zizek a O Globo, 28/05/2011, Caderno Prosa & Verso, p. 1 e p. 3
''As guerras e as revoluções - há sempre uma ou outra em curso - chegam, na leitura dos seus efeitos, a causar não horror mas tédio. Não é a crueldade de todos aqueles mortos e feridos, o sacrifício de todos os que morrem batendo-se, ou são mortos sem que se batam, que pesa duramente na alma: é a estupidez que sacrifica vidas e haveres a qualquer coisa inevitavelmente inútil.
Todos os ideais e todas as ambições são um desvairo de comadres homens. Não há império que valha que por ele se parta uma boneca de criança. Não há ideal que mereça o sacrifício de um comboio de lata. Que império é útil ou que ideal profícuo?(...)Fernando Pessoa, in "Livro do Desassossego"
As revoluções não são factos que se aplaudam ou que se condenem. Havia nisso o mesmo absurdo que em aplaudir ou condenar as evoluções do Sol. São factos fatais. Têm de vir. De cada vez que vêm é sinal de que o homem vai alcançar mais uma liberdade, mais um direito, mais uma felicidade. Decerto que os horrores da revolução são medonhos, decerto que tudo o que é vital nas sociedades, a família, o trabalho, a educação, sofrem dolorosamente com a passagem dessa trovoada humana.Eça de Queirós, in 'Distrito de Évora'
FONTES
http://www.citador.pt/textos/a-inevitabilidade-das-revolucoes-eca-de-queiros
http://filoescola.blogspot.com/2011/06/entrevista-com-zizek.html
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
?