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terça-feira, 29 de novembro de 2011

inteligência artificial





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 Desde o momento que se começa a desenvolver os robôs, sonha-se com o dia em que eles chegariam a interagir com pessoas e conviver nas sociedades não simplesmente como máquinas, mas como membros constituintes do contexto social. Com o passar dos anos, está-se chegando cada vez mais perto de alcançar este sonho. 
 O desenvolvimento da robótica e da Inteligência Artificial (IA) vem nos mostrando que os robôs não possuem mais “mentalidades” prontas, pré-definidas, fruto de relações matemáticas que somente permitem ao robô saber o que lhe foi inserido na memória [Simões, 1999, 2001]. Hoje se vislumbra um futuro no qual os robôs têm a capacidade de aprender com o meio em que vivem, têm capacidade de observar e adquirir conhecimento. Assim como os humanos, que ao longo dos anos, através da observação e da reflexão, têm a possibilidade de conhecer o mundo e interpretá-lo. Portanto, faz-se necessário um estudo do meio social ao qual os robôs serão inseridos [Restivo, 2001]. 

  Os seres humanos não são seres independentes e auto-geradores; ao contrário, são construções e estruturas sociais. O mesmo se aplica para a mente e para a inteligência. Émile Durkheim [Durkheim, 1972], um dos fundadores da sociologia, já sustentava este ponto de vista. Mais recentemente esta hipótese ganhou força na filosofia da mente e na ciência cognitiva que desenvolveu a hipótese da chamada “machiavellian intelligence”(Byrne & Whiten) como uma genealogia do aspecto social da inteligência. De acordo com esta hipótese, a inteligência surge da socialização na medida em que esta está relacionada com a elaboração de um modelo mental do modelo mental de outra pessoa – algo relacionado diretamente com a capacidade de predição do comportamento do outro. Predizer o comportamento do outro é tarefa dificílima especialmente nas situações simples porém pouco predizíveis com que se deparam os animais – situações novas para as quais a evolução não providenciou uma resposta-padrão (Humphrey, 1994).http://www.filosofiadamente.org/content/view/21/  ........................................


7.  JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO
CADERNO MAIS  


.  1. Quais os principais avanços já obtidos pela inteligência artificial?
.  2. Quais seus possíveis impactos sobre a vida cotidiana?
  1. 3. Ela pode, de algum modo, competir com a inteligência humana?

JOÃO DE FERNANDES TEIXEIRA responde

1. Há inúmeros avanços: programas computacionais para efetuar cálculos de engenharia, para jogar xadrez, etc. Muitas dessas aplicações tornaram-se tão cotidianas que nem sabemos que elas se originaram de estudos de inteligência artificial iniciados na década de 60 e 70.
Há também reveses nessa história: os programas para tradução ainda deixam a desejar.

2. O mais temido é o desemprego estrutural, a substituição progressiva de seres humanos por máquinas que executaria,m algumas parcelas do trabalho mental, que deixaria de ser típico do homem. Disso já temos algumas amostras. Um impacto mais profundo seria a modificação de nossos próprios conceitos de inteligência  e de mente: se uma combinação de peças de silício pode fazer tudo o que uma mente humana faz, não haveria razão para supor que mente e matéria teriam de ser diferentes.
Se acreditarmos seriamente nessa possibilidade, isso pode nos obrigar a rever nossas crenças mais arraigadas.

3. O sonho de replicar a mente humana através de um programa de computador já foi abandonado. Estamos quase no ano 2001 e , em que pesem algumas poucas odisséias no espaço, ninguém mais pensa ser possível construir algum HAL que possa adquirir consciência e vida mental próprias. Aprendemos algumas lições importantes nas últimas décadas, embora essas se nos afigurem, hoje, como quase óbvias. Sabemos que a mente não é um software desencarnado que poderia ser rodado, indistintamente, em cérebros ou em computadores.
Há elementos biológicos e emocionais que compõem a inteligência. Não se pensa mais numa competição entre máquinas e seres vivos, mas na sua associação crescente na construção de criaturas híbridas. O implante de microchips em cérebros humanos é o primeiro passo. Essa será "la Nouvelle Intelligence Artificielle" do século que chega.

  1.          Luziana Sant’Ana Simões, Aline Mian Soares, Eduardo do Valle Simões, João de Fernandes Teixeira
  2. 1Departamento de Ciências Sociais – Universidade Federal de São Carlos
    Cx. Postal 676 - CEP 13.565-905 – São Carlos - SP – Brasil
  3. 2Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação – Universidade de São Paulo
    Cx. Postal 668 - CEP 13560-970 -São Carlos - SP - Brasil
  4.           luziana_santana@uol.com.br, licamian@yahoo.com.br, simoes@icmc.usp.br

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