2012. Acabo de entrar na tão sonhada USP, após fazer dois anos de
cursinho, um ano no Anglo da Granja Viana e um, no Etapa Ana Rosa. Consegui
entrar em engenharia mecânica, minha primeira opção, na escola politécnica da
USP.
Primeiramente gostaria
de contar um pouco da minha história de vestibulando. Meu primeiro vestibular
foi a Fuvest 2009, estava no segundo ano do colegial, queria fazê-lo para ver
como era, fiz 43 pontos. No ano seguinte, prestei novamente, alcancei 51, esta, uma grande
evolução. E fui pro cursinho pensando, que seria “moleza” passar na
Fuvest: " Se não estudei durante o colegial inteiro e fiz 51 pontos, agora com um
ano de cursinho eu faço 70 brincando".
Mas há um porém. Em 2010 eu estava namorando e eu bem mais interessado em namorar do que em estudar. Daí acabei não estudando
direito e... fiz apenas 56 pontos.
Com a performance na Fuvest 2011 muito aquém das minhas expectativas fiquei triste, mas hoje já posso dizer que é com grandes decepções que aprendemos as mais valiosas lições. Mais do que claro que eu precisava estudar muito para poder alcançar meu objetivo.
Em 2011 eu terminei
meu namoro e objetivei só o vestibular, fui fazer cursinho no Etapa Ana
Rosa, pois meu irmão, meu primo e as filhas de uma professora minha do colégio
tinham passado por lá. E todos passaram na USP.
Todo dia eu acordava às 4:30 da manhã para ir pro cursinho. Já no metrô, para aproveitar o tempo, ia
estudando, geralmente humanas, porque só necessitava ler, interpretar e
responder. Era bem sofrido, estudava além do que eu parecia suportar. E, quando chegou no meio do ano, meu pai falou que era para eu fazer aula particular de redação com uma
professora chamada Rose Marinho Prado.
Primeiro dia de aula
com a Professora:
- O que você quer cursar na faculdade?
- Engenharia mecânica
na USP, eu quero trabalhar com carros, professora!
- Mas é isso mesmo que
você quer fazer? Tem certeza? Trabalhar com máquinas sujas que poluem nosso ar e
que foram criadas no século XIX?
- É isso mesmo que eu
quero, professora!
Respondi, indignado com a pergunta.
Mas daí começou a aula
e ela perguntou se eu sabia escrever uma redação, fui sincero e disse que não. Ela mandou que eu escrevesse já durante a aula.
Resultado: “FERNANDO VOCÊ REALMENTE NÃO SABE ESCREVER UMA REDAÇÃO, VAMOS TER
QUE COMEÇAR TUDO DO ZERO! VOCÊ NÃO SABE PONTUAR, NEM ESTRUTURAR IDEIAS.
VOCÊ ESTÁ DISPOSTO A ESTUDAR BASTANTE E APRENDER? AINDA HÁ TEMPO!”
Eu respondi que sim e
ela falou que o desafio era grande, mas que estava disposta a ajudar.
Após
muitas aulas e muitas redações era visível minha melhora.
Fui para a primeira
fase da Fuvest, fiz 70 pontos, passei para a segunda fase. Acabada a euforia, voltei
a estudar.
Muitos amigos não saltaram para a segunda fase, já aproveitavam as férias. Por isso, foi difícil ir todo dia para o cursinho e
vê-lo cada dia mais vazio, natal, ano novo, todo mundo comemorando e eu lá,
estudando: "Mas é assim mesmo".
Conforme a prova da
segunda fase foi chegando, comecei a ficar nervoso, inseguro; pensava que não
ia conseguir, pensamentos negativos mas super normais. Se você se pegar com
esses pensamentos, bom sinal, você se preocupa com a prova e está levando o
vestibular a sério. Mas é preciso deixar esses pensamentos de lado e ter
confiança. Meus amigos foram importantíssimos nessa época, sempre me apoiando e
me motivando.
Mas nessa época de
dúvida e insegurança eu não parei de estudar nem de fazer redações. Chegou a
semana que antecedia a segunda fase, fiz muitas redações. Nem sei quantas, a professora ia mandando propostas sem parar. Nossa!
Até a Rose falou:
“Fernando, você está preparado para a prova, vá com tranqüilidade e arrebenta!”.
Segui a dica dela, saí andando pra prova. Fiquei tranqüilo( o que não significa que não fiquei nervoso!) e
arrebentei. O primeiro dia era meu problema, mas saberia mais tarde: nunca fui tão bem em português! E nos
dias seguintes sentia segurança. Consegui entrar na tão sonhada USP!
Escrevi tudo isso para
mostrar que batalhar pelos seus sonhos vale a pena, o caminho é árduo e longo,
mas, no final, cada segundo que passou nele, será recompensado!
Em suma, o que eu quis
dizer a você, vestibulando,é que estudar é difícil, cansativo e CHATO,
mas acredite em mim, se você se esforçar, superar e acreditar no seu sonho de
entrar na faculdade que você tanto sonha, você vai conseguir. Pode ser que
demore, mas vai. E, quando você conseguir, todo o seu esforço, todas as horas
investidas nos estudos, tudo pelo que passou, se reduz a um sentimento de
alegria, de dever cumprido e de alívio e a única coisa que você conseguirá
falar será: PASSEI!!
E neste glorioso momento no qual você gritar, tudo que penou se perde no espaço, vira uma vaga lembrança e você perceberá
que tudo que enfrentou valeu a pena! Como diz o poeta português, Fernando
Pessoa: “Tudo vale a pena, se a alma não é pequena.”
Um amigo me disse dia desses e digo para você agora, a dor e o cansaço são passageiros,
mas o orgulho é eterno!
Muito boa sorte nesta
longa caminhada, espero muito que você estude bastante e realize seu sonho de
conseguir uma vaga na faculdade e caso queira POLI-USP, prepare-se pois
você será meu bixo!
Música surpresa.
http://www.youtube.com/watch?v=T9sLTqIWfuw
Música surpresa.
http://www.youtube.com/watch?v=T9sLTqIWfuw
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