Proposta 1
Leia o textos abaixo, para utilizá-los como base para a sua redação.
•Crie uma crônica, para ser publicada em um jornal de sua cidade, narrando um fato em que a personagem envolve-se em algum tipo de complicação por um distúrbio de comportamento relacionado ao uso da informática.
Distúrbios de comportamento relacionados ao uso da informática
Já é bastante comum atualmente ouvirmos relatos sobre pessoas que deixam de ter vida social por preferirem passar as madrugadas navegando na Internet ou, no pólo oposto, histórias de profissionais que colocam seu emprego em risco devido às suas dificuldades e resistências em enfrentar a “máquina”. Tais situações podem sinalizar alguns dos sintomas do “abuso” ou da “fobia” diante dos recursos tecnológicos. Estes são alguns dos novos distúrbios de comportamento que vêm chamando a atenção dos profissionais da Psicologia.
O fascínio da grande rede (WEB)
Algumas das características desse novo canal de comunicação parecem reforçar seu poder de atração. O que tanto atrai as pessoas na Internet? O que as prende, por horas a fio, frente ao monitor?
A Internet já foi bastante exaltada pelas vantagens que oferece ao homem moderno: a principal delas talvez seja o rompimento da barreira do espaço e do tempo, aliada à imensa quantidade de informação que permite acumular e partilhar.
Por outro lado, a Internet parece criar um ambiente propício para os sonhos virtuais. Essa sedução pode levar a dois caminhos: atrair e escravizar os usuários, que passam horas hipnotizados navegando na rede, prejudicando suas relações pessoais e profissionais; ou propiciar o encaminhamento positivo desse envolvimento.
O outro pólo: usuários tecnofóbicos
Se há pessoas fanáticas por Internet, há outras que sequer querem saber como acessá-la. Ou, pior: nem querem ver o computador por perto. Há relatos de pessoas que chegam a recusar uma proposta de promoção no trabalho, por medo de lidar com as novas tecnologias. Se há os “viciados”, existem, por outro lado, as pessoas que apresentam uma espécie de “fobia” à informática. Toda essa exigência presente na vida atual, da utilização de computadores ou seus similares – principalmente na esfera profissional – acaba por gerar certa angústia para muitos indivíduos.
Estas pessoas desenvolvem esse tipo de rejeição como reflexo da pressão da sociedade, pressão essa que parece exigir que todos nós estejamos a par das novidades tecnológicas. Além disso, estas pessoas tendem a se assustar com o novo, podendo apresentar dificuldades no aprendizado de seu uso, chegando a ver o computador como um monstro, quase como uma entidade que possui vida própria.
http://vestibular.slmandic.edu.br/2009/arquivos/prova_vestibular_2008.pdf
Proposta 2
Os textos abaixo retratam atitudes semelhantes assumidas por Maria da Glória, em Lucíola, e José Dirceu, Ministro da Casa Civil do então governo brasileiro, que mudaram de identidade por razões distintas.
•Crie uma crônica, para ser publicada em um jornal de sua cidade,
narrando um fato em que a personagem também troca de identidade.
Ao fazê-lo, explicite a razão que motivou a troca.
“O sorriso pálido que contraiu o rosto de Lúcia parecia despedaçar-lhe a alma nos lábios:
– Sabe agora o segredo da cupidez e avareza de que me acusavam. Encontram-se no Rio deJaneiro homens como Jacinto, que vivem da prostituição das mulheres pobres e da devassidão dos homens ricos; por intermédio dele vendia quanto me davam de algum valor. Todo esse dinheiro adquirido com a minha infâmia era destinado a socorrer meu pai e a fazer um dote para Ana. Jesuína continuava a servir-me. Minha família vivia tranqüila, e seria feliz se a lembrança do meu erro não a perseguisse. Nisto uma moça quase de minha idade veio morar comigo; a semelhança de nossos destinos fez-nos amigas; porém Deus quis que eu carregasse só a minha cruz. Lúcia morreu tísica; quando veio o medico passar o atestado, troquei os nossos nomes. Meu pai leu nos jornais o óbito de sua filha; e muitas vezes o encontrei junto dessa sepultura onde ele ia rezar por mim, e eu pela única amiga que tive neste mundo.
– Morri pois para o mundo e para minha família. Foi então que aceitei agradecida o oferecimento que me fizeram de levar-me à Europa. Um ano de ausência devia quebrar os últimos laços que me prendiam. Meus pais choravam sua filha morta; mas já não se envergonhavam de sua filha prostituída. Eles tinham-me perdoado. Quando voltei, só restava de minha família uma irmã, Ana, meu anjo da guarda. Está num colégio educando-se.”
“Eis a minha vida. O que se passava em mim é difícil de compreender, e mais difícil de confessar. Eu tinha-me vendido a todos os caprichos e extravagâncias; deixara-me arrastar ao mais profundo abismo da depravação; contudo, quando entrava em mim, na solidão de minha vida íntima, sentia que eu não era uma cortesã como aquelas que me cercavam. Os homens que chamavam meus amantes valiam menos para mim do que um animal; às vezes tinha-lhes asco e nojo.”
ALENCAR, José. Lucíola.
“(…) Em 1975, desgastado com o exílio e os cubanos, [José Dirceu] decidiu deixar em Havana o passado, a identidade e o rosto original e foi morar em uma cidade do interior do Paraná, Cruzeiro do Oeste. Por quatro anos, viveu sob a pele de uma ficção: o empresário Carlos Henrique Gouveia de Melo, paulista de origem judia, natural de Guaratinguetá, sujeito pacato e torcedor fanático do Corinthians. Durante esse período, não revelou a verdadeira identidade nem mesmo para a mulher com quem se casou e teve o primeiro filho. Clara Becker só veio a saber que o marido era um ex-preso político, libertado em troca de um embaixador seqüestrado, no quarto ano de casamento. Carlos Henrique nasceu na mesa de operações de um hospital cubano. Em 1970,
José Dirceu submeteu-se a uma cirurgia plástica que lhe transformou as feições. Dois cortes feitos na altura das orelhas permitiram que os médicos levantassem as maçãs de seu rosto, e um terceiro, logo acima do lábio superior, serviu para que lhe implantassem uma prótese no nariz. Originalmente reto, tornou-se ligeiramente adunco. O resultado, se prejudicou sua aparência, ajudou-o a preservar o pescoço – desafio que poucos de seus pares venceram. Dos 28 brasileiros com quem morou em Havana, em 1969, no sobrado que seria depois citado como a “Casa dos 28”, nada menos que dezessete morreram nas mãos de policiais brasileiros.
(…) José Dirceu tem orgulho de sua trajetória. Tanto que colecionou documentos e fotos ao longo da vida e acabou doando esse material ao Arquivo Edgard Leuenroth, da Universidade de Campinas. José Dirceu é uma das poucas pessoas que podem dizer, sem exagero, que a própria vida daria um filme.”
LIMA, João Gabriel e OYAMA, Thaís, “O homem que faz a cabeça de Lula”. Revista VEJA, 25.09.2002, p.49–52.
http://www.colegiotiradentes.com.br/arquivo/UFC_2003_FASE_2_redacao.pdf
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