Total de visualizações de página

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

PROPOSTA GV 2011

REDAÇÃO
Instrução: Leia os textos e reflita sobre as questões por eles suscitadas.
texto 1
Neste cenário de extrema mobilidade das configurações familiares, novas formas de convívio vêm sendo improvisadas em 
torno da necessidade – que não se alterou – de criar os filhos, frutos de uniões amorosas temporárias, não importa que se trate 
de uma mãe solteira com seu único filho ou de uma família resultante de três uniões desfeitas e refeitas, com meia dúzia de filhos vindos de uniões anteriores de ambos os cônjuges, ou ainda de um par homossexual que conseguiu adotar legalmente uma 
criança. Seja como for, cabem aos adultos que assumiram o encargo das crianças o risco e a responsabilidade de educá-las. 
Deste lugar mal sustentado, é possível também que os adultos não compreendam no que consiste sua única e radical diferença 
em relação às crianças e adolescentes, que é a única ancoragem possível da autoridade parental no contexto contemporâneo. 
Esta é, exatamente, a diferença dos lugares geracionais. É porque os pais ocupam, desde o lugar da geração adulta, as funções de 
pai e mãe (seja qual for o grau de parentesco que mantenham com as crianças que lhes cabe educar) que eles estão socialmente 
autorizados a mandar nessas crianças.
 Educar, no contexto contemporâneo, é assumir riscos ante a geração seguinte. É claro que, na adolescência dos filhos, os 
riscos assumidos pelos pais serão cobrados – mais uma vez, nem sempre de forma justa. Mas é possível responder à cobrança 
adolescente a partir do lugar da responsabilidade: “eu assumi o encargo de cuidar de você e te educar; prefiro correr o risco 
de errar do que te abandonar”. Este enunciado fundamenta-se no desejo de paternidade ou de maternidade. No limite, o adulto 
está dizendo: “eu assumo educar você porque eu quis ser seu pai (ou mãe, etc.)”.
Fora isso, sabemos que todos os “papéis” dos agentes familiares são substituíveis – por isso é que os chamamos de papéis. 
O que é insubstituível é um olhar de adulto sobre a criança, a um só tempo amoroso e responsável, desejante de que esta criança 
exista e seja feliz na medida do possível – mas não a qualquer preço. Insubstituível é o desejo do adulto que confere um lugar 
a este pequeno ser, concomitante com a responsabilidade que impõe os limites deste lugar. Isto é que é necessário para que a 
família contemporânea, com todos os seus tentáculos esquisitos, possa transmitir parâmetros éticos para as novas gerações.
(www.mariaritakehl.psc.br/agenda.php. Adaptado.)
texto 2
De posse de currículo envernizado por carimbos de boas universidades e em meio a uma carreira que, não raro, segue trajetória ascendente, um grupo de mulheres brasileiras tem chamado atenção por uma recente e radical mudança de comportamento. 
Na contramão de suas antecessoras, que lutaram por décadas para fincar espaço num universo eminentemente masculino, elas 
estão hoje abdicando do trabalho para cuidar única e exclusivamente dos filhos – opção não livre de conflitos, mas que boa parte 
delas descreve como “libertadora”.
(Veja, 14.07.2010.)



A partir do conteúdo dos textos reproduzidos e obedecendo às regras da norma-padrão da língua portuguesa, escreva uma redação
de gênero disssertativo sobre o tema:
os desafIos da educação dos fIlhos dIante do quadro socIal contemporâneo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

?