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sábado, 24 de dezembro de 2011

Herois

se quiser leia a letra ( em inglês) cante e dance com Bowie
http://letras.terra.com.br/david-bowie/5354/


Desta vez vamos falar de um herói um pouco mais antigo, um herói que vive em uma época muito distan-
te. Esse herói ao qual me refiro é um dos que vivem em nossas mais remotas lembranças do tempo da infância. De quando o mundo não se dividia em bem e mal.
Mas em um tempo em que nós mesmos queríamos muito viver, posso dizer que ele de certo modo sempre vivera dentro de cada herói que eu comentar nesse blog. Ele é de certa forma foi um dos primeiros heróis que se tem registro. Hercules apesar de ser um  mito, é muito importante, pois é a personificação dos heróis antigos. Dos tempos em que a única coisa que se tinha era a própria esperança.
Apesar de eu conhecer muitas bem as diferenças entre Heróis e Anti- Heróis confesso que fico em duvida se ele é realmente um herói ou se ele é um herói.
Eu posso dar muitos motivos para os dois casos, mas não é esse o meu papel agora, o meu papel é dizer sua personalidade e como ela tem relação com quem gosta dele, ou tem ele como seu herói preferido.
Podemos começar com a pronuncia, se vocês ouvirem Hercules se refere ao romano e Heracles ao grego. Mas por que essa diferença? Existe diferença?
Pra ser sincero, uma pequena diferença, pois Heracles era grego e esse é seu nome em grego, foi criado na Grécia. E ganhou seu nome romano, Hercules, como ficou mais conhecido. E também existe outra diferença, quando Hercules era só grego, atendia as historias gregas e se juntava apenas a mitologia grega, com a entrada dos romanos. A coisa mudou de figura, já que começou atender as vontades romanas, e se misturar a diversas mitologias. Como as mitologias celtas, mas não é essa a questão. A questão é que conseguiram manter uma coisa dele por muitos anos. A sua essência, todos nós assim que ouvimos falar de Hercules, já sabemos que ele é aquele cara forte e destemido. E ate pensamos que ele nunca fez nada de mal. Mas também não estou aqui para falar disso.
Heracles como disse antes é a essência de todo herói pois ele carrega consigo um sentimento humanitário, o sentido de justiça. Para aqueles que já conhecem a historia de Hercules, saberão que ele é bem justo e amável. Tudo bem, não é pra tanto, ele é realmente um pouco duro mas nem um pouco rancoroso, mas qual a verdadeira historia de Hercules?
Hercules era um garoto como todos os outros a diferença é sua força descomunal e seu pai Júpiter (ou em grego Zeus) que o concebeu com uma humana, chamada Alcmena.
Sua personalidade é de uma pessoa justa e sincera, com um pouco energia excessiva. Bom esse é o Hercules, ou Heracles
.http://rickcesarjoker.wordpress.com/
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1.     Quando eu era criança, passava todo o tempo 

2.     desenhando super-heróis.
3.     Recorro ao historiador de mitologia Joseph Campbell, 
4.     que diferenciava as duas figuras públicas: o herói 
5.     (figura pública antiga) e a celebridade (a figura 
6.     pública moderna). Enquanto a celebridade se 
7.     populariza por viver para si mesma, o herói assim 
8.     se tornava por viver servindo sua comunidade. 
9.     Todo super-herói deve atravessar alguma via crucis. 
10. Gandhi, líder pacifista indiano, disse que, quanto 
11. maior nosso sacrifício, maior será nossa conquista. 
12. Como Hércules, como Batman.
13. Toda história em quadrinhos traz em si alguma coisa 
14. de industrial e marginal, ao mesmo tempo e sob o 
15. mesmo aspecto. Os filmes de super-herói, ainda que 
16. transpondo essa cultura para a grande e famigerada 
17. indústria, realizam uma outra façanha, que 
18. provavelmente sem eles não ocorreria: a formação 
19. de novas mitologias reafirmando os mesmos ideais 
20. heróicos da Antigüidade para o homem moderno. 
21. O cineasta italiano Fellini afirmou uma vez que Stan 
22. Lee, o criador da editora Marvel e de diversos heróis 
23. populares, era o Homero dos quadrinhos.
24. Toda boa história de super-herói é uma história 
25. de exclusão social. Homem-Aranha é um  nerd, 
26. Hulk é um monstro amaldiçoado, Demolidor é um 
27. deficiente, os X-Men são indivíduos excepcionais, 
28. Batman é um órfão, Super-Homem é um alienígena 
29. expatriado. São todos símbolos da solidão, da 
30. sobrevivência e da abnegação humana.
31. Não se ama um herói pelos seus poderes, mas pela 
32. sua dor. Nossos olhos podem até se voltar a eles por 
33. suas habilidades fantásticas, mas é na humanidade 
34. que eles crescem dentro do gosto popular. 
Os superheróis que não sofrem ou simplesmente trabalham 
35. para o sistema vigente tendem a se tornar meio bobos, 
36. como o Tocha-Humana ou o Capitão América.
37. Hulk e Homem-Aranha são seres que criticam 
38. a inconseqüência da ciência, com sua energia 
39. atômica e suas experiências genéticas. Os X-Men nos 
40. advertem para a educação inclusiva. Super-Homem 
41. é aquele que mais se aproxima de Jesus Cristo, e 
42. por isso talvez seja o mais popular de todos, em seu 
43. sacrifício solitário em defesa dos seres humanos, mas 
44. também tem algo de Aquiles, com seu calcanhar que 
45. é a kriptonita. Humano e super-herói, como Gandhi.
46. Não houve nenhuma literatura que tenha me 
47. marcado mais do que essas histórias em quadrinhos. 
48. Eu raramente as leio hoje em dia, mas quando assisto 
49. a bons filmes de super-heróis eu lembro que todos 
50. temos um lado ingênuo e bom, que pode ser capaz 
51. de suportar a dor da solidão por um princípio.Adaptado de Fernando Chuí.



A inteligência do herói estava muito perturbada. 
Acordou com os berros da bicharia lá em baixo nas 
ruas, disparando entre as malocas temíveis. E aquele 
diacho de sagüi-açu
2
 (...) não era sagüim não, chamava 
elevador e era uma máquina. De-manhãzinha 
ensinaram que todos aqueles piados berros cuquiadas 
sopros roncos esturros não eram nada disso não, 
eram mas cláxons
3
 campainhas apitos buzinas e 
tudo era máquina. As onças pardas não eram onças 
pardas, se chamavam fordes hupmobiles chevrolés 
dodges mármons e eram máquinas. Os tamanduás os 
boitatás

as inajás
5
 de curuatás
6
 de fumo, em vez eram 
caminhões bondes autobondes anúncios-luminosos 
relógios faróis rádios motocicletas telefones gorjetas 
postes chaminés... Eram máquinas e tudo na cidade era 
só máquina! O herói aprendendo calado. De vez em 
quando estremecia. Voltava a ficar imóvel escutando 
assuntando maquinando numa cisma assombrada. 
Tomou-o um respeito cheio de inveja por essa deusa 
de deveras forçuda, Tupã
 famanado que os filhos da 
mandioca chamavam de Máquina, mais cantadeira 
que a Mãe-d’água
, em bulhas
 de sarapantar
.
Então resolveu ir brincar com a Máquina pra ser 
também imperador dos filhos da mandioca. Mas as 
três cunhãs
 deram muitas risadas e falaram que 
isso de deuses era gorda mentira antiga, que não 
tinha deus não e que com a máquina ninguém não 
brinca porque ela mata. A máquina não era deus 
não, nem possuía os distintivos femininos de que o 
herói gostava tanto. Era feita pelos homens. Se mexia


com eletricidade com fogo com água com vento com 
fumo, os homens aproveitando as forças da natureza. 
Porém jacaré acreditou? nem o herói! 
(...) 
Macunaíma passou então uma semana sem comer 
nem brincar só maquinando nas brigas sem vitória 
dos filhos da mandioca com a Máquina. A Máquina 
era que matava os homens porém os homens é que 
mandavam na Máquina... Constatou pasmo que os 
filhos da mandioca eram donos sem mistério e sem 
força da máquina sem mistério sem querer sem fastio, 
incapaz de explicar as infelicidades por si. Estava 
nostálgico assim. Até que uma noite, suspenso no 
terraço dum arranhacéu com os manos, Macunaíma 
concluiu:
— Os filhos da mandioca não ganham da máquina 
nem ela ganha deles nesta luta. Há empate.
Não concluiu mais nada porque inda não estava 
acostumado com discursos porém palpitava pra 
ele muito embrulhadamente muito! que a máquina 
devia de ser um deus de que os homens não eram 
verdadeiramente donos só porque não tinham feito 
dela uma Iara explicável mas apenas uma realidade 
do mundo. De toda essa embrulhada o pensamento 
dele sacou bem clarinha uma luz: os homens é que 
eram máquinas e as máquinas é que eram homens. 
Macunaíma deu uma grande gargalhada. Percebeu 
que estava livre outra vez e teve uma satisfa mãe.
MÁRIO DE ANDRADE
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“Me mostre um herói e eu te escrevo uma tragédia.”
F. Scott Fitzgerald

Um trágico ataque à uma escola carioca essa semana fez 12 vítimas fatais e um herói.
O cidadão grego comum da antiguidade diria que um herói não poderia ser criado tendo em vista que os seus heróis eram fruto da união de deuses e humanos. Nosso homem grego então passaria horas falando sobre os feitos de homens como Hércules, Jasão, Perseu, Aquiles, entre outros, dependendo de quem fosse o seu favorito. Divindade, coragem, força, lealdade e justiça seriam apenas algumas das qualidades atribuídas a esses homens.
A mente intelectual moderna interpretou a mitologia como um descuidado esforço primitivo para explicar o mundo natural (Frazer). Foi Thomas Carlyle que em 1841 introduziu a ideia do herói como um Homem Grandioso cuja vida se mistura à história da humanidade em algum ponto e muda o seu curso para sempre. De acordo com ele, os heróis são intrinsecamente constituídos da mesma matéria: uma alma grandiosa, abertura para o significado divino da vida, e a propriedade para falar, cantar, lutar ou trabalhar por isso de forma vitoriosa e incansável.
Um século depois dele, Sidney Hook definiou grandeza como algo que precisa envolver algum tipo de talento extraordinário, não somente a sorte de nascer e de estar presente no lugar certo num momento feliz, contradizendo a partir disso, todas as formas de determinismo.
Hook dividiu os homens em dois tipos: ‘homens de oportunidade’ e homens ‘criadores de oportunidades’. O homem de oportunidade seria qualquer homem cujas ações pudessem influenciar o curso de determinados acontecimentos que de outra forma permaneceriam imutáveis, enquanto o homem criador de oportunidades poderia ser descrito como o homem cujas ações são consequências de extraordinária vontade, capacidade, inteligência ou caráter, ao invés de meros acidentes de localização.
Em sua análise brilhante do heroísmo, outro detentor de uma mente inspiradora, Joseph Campbell conclui que a antiga herança humana dos rituais, da arte, da moralidade está em decadência nas sociedades progressivas, reforçando o que Nietzsche já havia dito antes dele nas palavras de Zarathustra: ‘Todos os deuses estão mortos’. Os mistérios perderam força, os símbolos perderam interesse, o significado foi das mãos do grupo às mãos dos indivíduos. “O homem é a estranha presença com a qual as forças do egoísmo precisam chegar a um acordo, através da qual o ego precisa ser crucificado e ressuscitado, e em cuja imagem a sociedade precisa ser reformada”, disse ele.
Heroísmo hoje é mais uma palavra cujo significado vem sendo transformado e corrompido pela necessidade social de uma resposta para problemas criados pelo homem com os quais o próprio homem não pode lidar.
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Um Herói não se DeclaraAquele que se expõe à morte deve estar à altura de incutir à sua época a força da exasperação. Se, pois, vejo um homem até então completamente desconhecido dos seus contemporâneos aparecer afirmando que está pronto a sacrificar a sua vida e a enfrentar a morte, muito tranquilamente então (...) eu demitiria este profeta. Nunca um tal homem chegaria ao ponto de ser condenado à morte pela sua época, ainda que, por outro lado, tivesse realmente a coragem de morrer e a isso estivesse disposto. Ele não conhece o segredo; pensa evidentemente que os seus contemporâneos, os mais fortes, se encarregarão da execução, quando ele deveria ser de tal modo superior ao seu tempo que não o deixasse, permanecendo ele próprio passivo, cumprir sozinho o seu trabalho de tal modo superior que Não lho indicasse mas livremente o constrangesse a sair-se bem dele. Os juízes costumam deixar dormir a pena capital quando um infeliz desgostado com a vida deseja a morte, e tal é também a sabedoria desta geração: que prazer teria ele em ter feito perecer este herói! 

Soren Kierkegaard, in 'Um Homem Tem o Direito de se Deixar Condenar à Morte pela Verdade?'
http://www.citador.pt/textos/um-heroi-nao-se-declara-soren-kierkegaard



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